21 de set. de 2011

O que vemos




 O que vemos é o que queremos ver?

Já se pegou pensando em como saímos gordas, tortas e estranhas nas fotos. Com a popularização da fotografia digital, temos coleções egocêntricas de fotos de rosto, de lado, de cima, de baixo... no espelho ou naquela pose de eu tiro foto de mim mesma. Eu sempre gosto de atribuir ao fotógrafo meus quilos a mais nas fotografias... 

Falando de aparência, você se sente bem com a sua? Aos lindos por dentro, eu lembro que não falo aqui de um padrão de aparência exigido pela mídia, em tempos de Miss universo é bom lembrar que é tão difícil escolher uma porque a exigência é ridícula, elege-se uma mulher pré-fabricada, com padrões e medidas de dar gosto a qualquer agência reguladora de patentes. Mas eu estou falando de um satisfação pessoal, com o corpo, com o olhar, quando você se olha no espelho, vê um olhar de quê? 

Eu vejo um olhar que pergunta. Meu olhar é perguntador, ele quer saber, quer entender e olha nervosamente todo canto da imagem procurando algo que nem sabe direito, algo pra questionar. Será que esse é um olhar que ofende as pessoas? 

Eu conheço muita gente com olhar de desconfiança, de desdém, de "estou em outro planeta...deixe seu recado após o bipe..." . Já vi pessoas com olhar crítico, do tipo que nunca se olha no espelho pra não ter que se sentir mal toda vez que olha o outro. 

Acho que é na maneira de ver o mundo que mora a satisfação com sua aparência, se vejo o mundo com confiança isso se reflete na minha apresentação como ser que anda, veste, usa, fala, escolhe... Se tenho um olhar inseguro, que pensa que todos os olhares estão julgando, estão pensando isso ou aquilo de mim, passo a me retrair e não me sentir adequada, seja pelos seios grandes ou a canela fina, pelo cabelo dessa cor, pela roupa que não é daquela marca.

Só tentamos consertar aquilo que vemos como estragado.